domingo, 17 de março de 2024

 DIA MUNDIAL DA POESIA

                                                                                                                      





         Dia Mundial da Poesia

Está perto a primavera
Com vasta policromia
Quem por ela sempre espera
Também acha a Poesia.

Brincam as flores no prado,
Sopram amenas aragens,
Cada par enamorado
Por amor troca mensagens.

Gorjeiam ternas as aves
Em alegre sinfonia;
Tudo quanto se revela,
Por simples modos suaves,
Ultrapassa a fantasia,
Tornando sempre mais bela
A candura dos poetas,
Que revive em poesia
Libertando-os de grilhetas
Na mais completa harmonia.

        Juvenal Nunes







        O Dia Mundial da Poesia foi consagrado pela Unesco no dia 21 de março.
        Esta data coincide, também, com o Dia Mundial da Árvore.
        Portugal, país do hemisfério norte, recebe a primavera, este ano, no dia 20 de março, 
não se dando, portanto, a coincidência das três efemérides.

        Esta minha participação responde à iniciativa lançada pela amiga Rosélia Bezerra.

sábado, 9 de março de 2024

 POETAS DE PARABÉNS

ALEXANDRE HERCULANO





RESIGNAÇÃO

No teu seio, reclinado
Dormirei, Senhor, um dia,
Quando for na terra fria
Meu repouso procurar;

Quando a lousa do sepulcro
Sobre mim tiver caído,
E este espírito afligido
Vir a tua luz brilhar!

No teu seio, de pesares
O existir não se entretece;
Lá eterno o amor florece;
Lá florece eterna paz:

Lá bramir junto ao poeta
Não irão paixões e dores,
Vãos desejos, vãos temores
Do desterro em que ele jaz.

Hora extrema, eu te saúdo!
Salve, ó trevas da jazida,
Donde espera erguer-se à vida
Meu espírito imortal!

Anjo bom, não me abandones
Neste trance dilatado;
Que contrito, resignado,
Me acharás na hora fatal.

E depois... Perdoa, ó anjo,
Ao amor do moribundo,
Que só deixa neste mundo
Pouco pó, muito gemer.

Oh... Depois... Diz à mesquinha
Um segredo de doçura:
Que na pátria o amor se apura,
Que o desterro viu nascer.

Que é o Céu a pátria nossa;
Que é o mundo exílio breve;
Que o morrer é cousa leve;
Que é princípio, não é fim:

Que duas almas que se amaram
Vão lá ter nova existência,
Confundidas numa essência,
A de um novo querubim.

Alexandre Herculano







 De seu nome completo Alexandre Herculano de Carvalho Araújo nasceu em Lisboa, 
em 28 de março de 1810 e faleceu no seu retiro de Santarém, em 13 de setembro de 1877.
        Notabilizou-se como historiador, dramaturgo, jornalista e poeta da era do Romantismo.
        Defendeu a causa liberal, pela qual lutou militarmente tendo participado no Cerco do Porto.
        Acabou por recusar as honrarias que lhe foram concedidas.

sábado, 2 de março de 2024

 POEMAS POR TEMAS

SILÊNCIO




           Tema: Silêncio



O Silêncio

Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,

e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,

quando azuis irrompem
os teus olhos

e procuram
nos meus navegação segura,

é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,

pelo silêncio fascinadas.

Eugénio de Andrade







        De seu nome completo José Fontinhas, notabilizou-se nas letras como poeta usando o
 pseudónimo de Eugénio de Andrade.
        Natural da Póvoa da Atalaia, na província da Beira Baixa, escolheu a cidade do Porto 
para viver. Fui seu vizinho durante muitos anos.
        Óscar Lopes considerou-o o grande poeta do amor do séc. XX.
        Os seus poemas são de grande valor estético associado a uma imagética variada.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

 UMA ROSA



Uma Rosa

Quando te dei uma rosa,
Rubra da mais bela cor,
De perfume abundosa
Foi como preito de amor.

Que beleza de esplendor
Na sua cor encarnada
Ofertada em teu louvor
Bem digna de ser usada.

Na sua cor há o lume
Que simboliza a paixão,
Dela se evola o perfume
Que incensa o coração.

O seu perfume se iguala,
Logo ao ser do pé cortada,
Ao perfume que se exala
Da beleza namorada.

A tua pele de cetim,
Tal pétala acetinada,
Faz inveja no jardim
À rosa mais encarnada.

Apaziguar Cupido,
Com a rosa dum jardim,
Torna o amor mais sentido
Pelo odor que é afim
Entre a rosa perfumada
E a mulher adorada.

Juvenal Nunes






sábado, 17 de fevereiro de 2024

 NA CLAREIRA DO BOSQUE

JOÃO BRAGANÇA SANTOS



        Volto a publicitar o llivro Na Clareira do Bosque de João Bragança Santos.
        Como forma de suscitar o interesse de eventuais leitores deixo a ligação para a pré-visualização do livro referido.

        Na Clareira do Bosque

        Um abraço a todos.

        Juvenal Nunes


quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

 O ULTRARROMANTISMO


        Esta corrente literária sucede ao Romantismo e manifesta-se entre 1840 e 1860.
        Um dos seus cultores é o poeta algarvio João de Deus.

JOÃO DE DEUS



Amor

Não vês como eu sigo
Teus passos, não vês?
O cão do mendigo
Não é mais amigo
Do dono talvez!

Ao pé de uma fonte
No fundo de um vale,
No alto de um monte
Do vasto horizonte,
Sem ti estou mal!

Sem ti, olho e canso
De olhar, e que vi?
Os olhos que lanço,
Acharem descanso,
Só acham em ti!

Os ventos que empolam
A face do mar,
E as ondas que rolam
Na praia, consolam
Tamanho pesar?

As formas estranhas
De nuvens que vão
Roçando as montanhas
Em ondas tamanhas
Distraem-me? Não!

A pomba que abraça
No ar o seu par,
E a nuvem que passa,
Não tem essa graça
Que tens a andar!

Parece o pezinho,
De lindo que é,
Ligeiro e levinho
O de um passarinho
Voando de pé!

O rosto, há em torno
Da pálida oval,
Daquele contorno
Tão puro, o adorno
Da auréola imortal!

Não sei que luz vaga,
Mas íntima luz,
Que nunca se apaga,
Me inunda, me alaga,
Se os olhos lhe pus!

Eu amo-te, e sigo
Teus passos, bem vês!
O cão do mendigo
Não é mais amigo
Do dono talvez!

João de Deus







        João de Deus nasceu em São Bartoçomeu de Missines em 8 de março de 1830, tendo vindo a falecer aos 11 de janeiro de 1896, em Lisboa. 
        Foi poeta e importante pedaagogo. Nesta qualidade deixou-nos um método de ensino 
da leitura contido na Cartilha Maternal. O seu nome encontra-se associado a diversos 
jardins escolas assentes no seu método de leitura.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

 

Na Clareira do Bosque

João Bragança Santos



Informo todos os amigos visitantes, leitores, comentadores e autores do Brasil, caso estejam interessados na aquisição deste livro, do qual se apresenta a capa, que devem aceder-lhe através do seguinte link:

Na Clareira do Bosque - Livraria Ipê das Letras

Para os leitores interessados de Portugal:

Na Clareira do Bosque - Fnac

Na Clareira do Bosque - Bertrand

Na Clareira do Bosque - Wook

O livro não se encontra presente, fisicamente, nas livrarias mencionadas

Trata-se de um fabulário, cujo alcance didático-pedagógico pode ser útil para todo um universo infanto-juvenil.

Grato pela atenção dispensada a todos envolvo num abraço de paz e amizade.

Juvenal Nunes